sexta-feira, 3 de agosto de 2012

COMUNICAÇÃO DIGITAL


Por Ana Laura Diniz

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O mundo digital deve ter sido criado porque o ser humano descobriu que suas relações sociais dependiam dele para prosperar. Seja entre duas pessoas, seja quando surge uma terceira ou quarta, que após a ponte vira caminho.

“João Paulo aceitou a sua solicitação de amizade”. Vinte anos voam sobre a cabeça, em tempos róseos em que adultos conversavam em cadeiras na calçada enquanto crianças brincavam esfuziantes de pega-pega sem que ninguém se alarmasse com a violência e os tantos senões hoje inseridos no cenário urbano.

Pois foi assim; no meio do caminho topei com a pedra de Drummond para rever velhos amigos. E se você estiver pensando: “que porre, mais uma a falar sobre o Facebook, Twitter”. Lamento frustrá-lo, mas errou.

Menciono algo além da vida, da morte. De tudo que é matéria, vício virtual. Volto à saga narrada por Platão, filósofo grego, do homem que saiu de uma caverna após passar a vida acorrentado, enquanto outros tantos permaneceram nas sombras. Libertou-se, quando viu a luz, quis segui-la.

Toda saída nos leva ao encontro de algo. É na busca e na participação que adquirimos o conhecimento – em geral, fruto do pensar crítico e reflexivo da realidade, podendo comparar esta existência com uma outra que é proposta como ideal.

Nessa onda, acredito, navega a comunicação digital — que conecta o “inconectável”. E promove, cada vez mais, significativas reduções de distâncias globais. E acelera mercados, disponibiliza o local ao global, e o global ao local com uma proximidade singular.

Com atributos bem diferentes dos meios de comunicação de massa como o jornal, a televisão e até o telefone, a Internet inverte constante e quase simultaneamente emissor e receptor.

Ok. As panes ocorrem, desesperos cibernéticos vêm à tona, tornamo-nos escravos da tecnologia. Mas é notório que não só tecnologicamente, mas estruturalmente, toda essa arquitetura de informações e pesquisas tem estimulado o homem a expelir, de forma mais densa, sua capacidade científica, exploratória e criativa.

Como toda revolução, claro, esta também amplia as mazelas, preconceitos, injustiças vividas no mundo. Problemas, inclusive relacionados a ela mesma — exclusão digital. Mas apesar disso, é possível agrupar pontos de reflexão que revele, com mais clareza, por que os parâmetros de comunicação mudaram e estão em plena ebulição desde o advento da Internet.